Um Grito Socialº°°

Não adianta! Não tem jeito! Tudo pode acontecer, menos, o mais óbvio... Claro! Ainda hoje, eu estava assistindo a "um conjunto de besteiras" que passa na televisão todos os dias às 12h, ao que eles chamam de "jornal local" e que me atrevo a chamar de "conjunto televisivo de besteiras"... Primeiro porque o jornalismo é a ultima coisa tratada ali, segundo porque o sensacionalismo é rei naquele momento "nada cultural" e terceiro, porque aquilo que poderia ser usado como veículo de informação sadia, produtiva e educativa é usado apenas como fonte de uma "substancia capaz de matar neurônios" (neurônios pauperizado e a margem da sociedade, diga-se de passagem!), sem falar em sua extraordinária capacidade de transmitir as pessoas a vaga e incontrolável sensação de poder, algo que elas não conhecem, mas que sentem cotidianamente, uma espécie de ideologia de massa que promove um sentimento falso de igualdade numa sociedade onde igualdade esta bem distante de ser verdade!

Hoje, no momento em que assistia o tal do "jornal local", percebi um grito social saído das profundezas daquela montanha de besteiras, um caso que se repete todos os dias, mas que se esconde por trás desse jornalismo sensacionalista e sem escrúpulos da Bahia. Um homem que aparentava ter uns 35 anos, negro, se dizia pai de três filhos, preso por assalto a mão armada e, hoje em liberdade por ter cumprido toda sua sentença e, portanto não "devia" mais nada a sociedade, clamava por emprego! Você deve estar pensando " Poxa! Do que ela esta falando? Afinal, o cara é um marginal!!", eu respondo, sim ele é um marginal. Mas, o que é um marginal? Um marginal é apenas um ser humano (teoricamente) igual a você e a mim com o diferencial de estar á margem, fora do ciclo, sem harmonia com os parâmetros legais de sociedade. Ele é "a carta fora do baralho", o exercito de reserva não qualificado, o filho bastardo da sociedade, a espúria social. Coisa que só não somos porque a "classe media" nos deu oportunidade de não ser.

Exagerei né? Talvez não. Se pensar que se o poder público fosse atuante não teríamos desemprego, ou pelo menos, teríamos um índice menor. Se a família fosse mais politizada, não teríamos filhos marginais, ou ao menos, teríamos numa dimensão menor. Se a sociedade civil tivesse criticidade, organização e unicidade teríamos um tripé social capaz de minimizar as interperes da vida em sociedade. Não bastante, o homem da reportagem é apenas uma consequência de uma sociedade capitalista e selvagem que teve a infeliz idéia de minimizar seu problema de forma desastrosa, errônea e frustrada.

O homem contou sua historia em menos de 3 minutos, falou das dificuldades sociais que passava, das oportunidades que lhes foram negadas, dos erros que cometeu e pagou por eles, falou também das soluções desesperadas para matar sua fome e de sua prole, falou da ideia infeliz e frustrada de "trocar o desemprego pela marginalidade" (como se isso fosse possível, visto que o desemprego já é caracterizado como marginal uma vez que o desempregado fica de fora de tudo que envolve dinheiro, e se lembrarmos que vivemos numa sociedade capitalista, percebemos o porque do desempregado está excluído socialmente!) e implorou por ajuda, clamou por emprego, ele estava decidido a não seguir o que a sociedade lhe impunha, a marginalidade.

Diferente do ACM Neto (que trago aqui apenas como ilustração!), manchete nacional, quiçá internacional, um político corrompido pelo capitalismo selvagem. Este sim, teve todas as oportunidades e optou por ser marginal! Sim, claro, um marginal de terno e com todos os dentes na boca... Um cidadão de gravata italiana, oratória convincente e um salário de quase 10mil reais por mês financiados pelo povo (e incluindo aí, o homem da reportagem que também é financiador do salário do ACM Neto e de tantos outros políticos!). Não quero que pense que estou "protegendo" ou "encobrindo" esse infeliz que mostrou o sorriso banguela para milhões de telespectadores bahianos em pleno horário de almoço na tentativa de mudar sua própria realidade, mas, quero que ouça o mesmo grito que ouvi naquele instante, um grito surdo, sem chances de audiência, sem oportunidade digna de renda, um grito social que nada mais é se não, a manifestação de algo maior, a questão social.

Um comentário:

  1. Sua estória é triste, mas é a sua estória e deve ser respeitada como outras que existem por aí. Não fique triste com as injustiças, só passamos aquilo que suportamos, nada mais, nada menos... Deus não é algoz de ninguém e a espiritualidade sabe o que é importante para o cresicmento de cada espírito encarnado ou não. Leia mais sobre espiritismo e saberá que nada é em vão!
    Bjus! Força e luz!
    Fique bem e com Deus, sempre!
    Dinda (Célia)

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